A Ambiental, unidade de negócios da JBS especialista em gerenciamento de resíduos sólidos, atingiu um marco histórico: 6 mil toneladas de plásticos reciclados em apenas um ano. Em mais de 10 anos de atuação, a Ambiental foi responsável pela reciclagem de 46 mil toneladas de resíduos plásticos. Esse volume preencheria o equivalente a mais de 18 piscinas olímpicas de resíduos que não foram parar em aterros sanitários.
Outro marco alcançado foi o recorde na produção de resina reciclada, que cresceu 12% em comparação a 2023, totalizando 4,1 mil toneladas de matéria-prima. O material foi utilizado na fabricação de produtos sustentáveis, como sacos plásticos, bobinas, lonas, embalagens protetoras, paletes, resinas, móveis, telhas e pisos, contribuindo para a redução do uso de recursos naturais e fortalecendo o modelo de economia circular do plástico.
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Segundo Thuany Taves, diretora da Ambiental, desde 2017 a unidade de negócio tem investido em agregar valor à reciclagem de resíduos plásticos e, entre 2023 e 2024, houve necessidade de expandir o alcance no mercado, além das unidades de negócios da JBS, e avançar em projetos de economia circular.
“Desde a criação da Ambiental, a empresa passou da gestão de resíduos para avançar também na reciclagem de resíduos plásticos e sua conversão em matéria-prima e produtos”, afirma.
Cerca de 80% do plástico reciclado pela Ambiental é proveniente das operações das unidades de negócios da JBS, como Friboi, Seara, Swift, Couros e Novos Negócios, e gera novos produtos para atender empresas da companhia e do mercado. Do total de material plástico reciclado nos últimos 12 meses, 66% foram destinados para insumos industriais e 34% para produtos plásticos.
A Ambiental também atua com gestão de outros resíduos recicláveis, como papel, vidro e metal, e não recicláveis, como lâmpadas, pilhas e baterias. Em 2024, cerca de 30 mil toneladas de resíduos recicláveis receberam a destinação correta.
A Ambiental opera 23 unidades no Brasil, com foco no gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos pós-industriais recicláveis e não recicláveis, além do resíduo pós-consumo do agronegócio.
As unidades estão localizadas em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Cada uma funciona como ponto de coleta, com função de tratamento dos materiais, como separação, classificação e tritura. Todos os resíduos coletados e tratados são transferidos para a matriz, em Lins, no interior de São Paulo, onde são transformados em resinas e outros produtos plásticos.
Soluções customizadas
Além da reciclagem e gestão de resíduos, a Ambiental desenvolve soluções customizadas para diversos tipos de plásticos, em parceria com outras empresas.
Segundo Thuany, as grandes empresas estão buscando parceiros que consigam oferecer soluções de reciclagem e gestão de resíduos. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos, que regulamentou a gestão de resíduos e definiu metas a serem cumpridas, e a exigência dos consumidores começaram a movimentar o mercado. Porém, nos últimos anos, a implantação de práticas ESG e a aplicação de economia circular têm mobilizado as empresas na busca por parceiros estratégicos, como a Ambiental.”
Uma das soluções desenvolvidas foi o Big Bag Sustentável, que nasceu para resolver um problema comum no agronegócio: o descarte de big bags – bolsas utilizadas para armazenamento e transporte de insumos agrícolas – , que antes iam para aterros.
A solução veio com a parceria entre a Ambiental, Cibra e Infinity. O processo começa nas fazendas, onde os big bags de fertilizantes são recolhidos pela Infinity. Esses materiais são enviados à Ambiental, que os transforma em resina por meio de lavagem, trituração e extrusão. Essa resina reciclada é usada na fabricação de novos big bags, mantendo o ciclo fechado de reaproveitamento.
Para a cadeia produtiva do algodão, Ambiental, Cotton Wrap e Infinity desenvolveram o primeiro filme para enfardamento no Brasil com resinas recicladas pós-consumo. Isso significa que plásticos usados no próprio campo ganham uma nova vida, transformando-se em um material resistente e sustentável para proteção da pluma da colheita até o destino.
O processo inclui coleta, reciclagem e transformação sem comprometer a qualidade, protegendo o algodão e otimizando a colheita. Além disso, o Cotton Wrap PCR é compatível com as principais colheitadeiras, garantindo rapidez, durabilidade e eficiência.
A diretora da Ambiental explica que as parcerias com empresas do agronegócio foram firmadas para implementar projetos de economia circular e transformar resíduos do campo, mais especificamente resíduos pós-consumo, em matéria-prima reciclada.
“Hoje contamos com equipamentos, tecnologias, inovações, experiência e equipes preparadas para transformar resíduos que apresentam alta complexidade de reciclagem, em novos produtos para os nossos parceiros.”
Thuany Taves, diretora da Ambiental
Outras soluções são desenvolvidas e comercializadas pela própria Ambiental. Um exemplo é o “piso verde”, lançado em 2021, como uma das destinações mais inovadoras para o plástico de difícil reciclagem.
Após dois anos de estudo, a empresa colocou no mercado um piso intertravado apropriado para ambientes externos a partir do plástico utilizado em produtos in natura embalados a vácuo.
O piso verde atende às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e oferece a mesma resistência que um material feito 100% de concreto. O produto possui certificado com o Selo Ecológico ABNT de Qualidade Ambiental.