Os investidores da TIM (TIMS3) tiveram uma noite agitada na última terça-feira (11). Além da notícia de dividendos polpudos, a empresa de telecomunicações divulgou os números do quarto trimestre de 2024 e o guidance para os próximos anos— e, de quebra, ainda anunciou o fim da parceria com o C6 Bank.
Mas vamos por partes. A começar pelo balanço, então.
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A companhia teve um lucro líquido normalizado de R$ 1,06 bilhão entre outubro e dezembro do ano passado. A cifra representa um avanço de 17,1% na comparação com o mesmo período de 2023.
Veja os destaques do resultado do 4T24:
- Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização): R$ 3,3 bilhões, (+6,2% a/a);
- Margem Ebitda: 50,5% (-0,2 ponto percentual a/a);
- Receita líquida: de R$ 6,6 bilhões (+5,7% a/a);
- Investimentos (capex): R$ 1,37 bilhão (+6,4% a/a);
- Base móvel de clientes: 62,06 milhões (+1,3% a/a);
- Pré-pago: 31,86 milhões (-5,3% a/a);
- Pós-pago: 30,2 milhões (+9,4% a/a);
- Base de clientes TIM Ultrafibra: 790 mil (-1,6% a/a).
“Os resultados de 2024 demonstram a eficiência da nossa estratégia. Entregamos as metas traçadas, fechando mais um ciclo de crescimento em segmentos relevantes, trazendo novas soluções que transformam a experiência dos nossos clientes, contribuem para o desenvolvimento econômico do País e reforçam a agenda ESG no mercado. Estamos prontos para um 2025 de transformação no setor, com a evolução das tecnologias e aumento da competitividade”, disse Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, em nota.
Para os analistas do BTG Pactual, os resultados da telecom no quarto trimestre, especialmente nas linhas de receitas, vieram “sem surpresas”, mas o lucro líquido teve um avanço sólido e acima das expectativas do mercado.
Vem dividendos aí
Diante do lucro crescente, a TIM (TIMS3) também anunciou a distribuição de R$ 200 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP).
O montante corresponde ao valor bruto de R$ 0,08262 por ação TIMS3. A cifra está sujeita à retenção do Imposto de Renda na fonte à alíquota de 15%.
Para ter direito aos proventos, é preciso possuir ações da telecom em 17 de fevereiro de 2025. A partir do dia seguinte, os papéis passarão a ser negociados “ex-direitos” e tendem a sofrer um ajuste na cotação.
Isso significa que o investidor pode optar por comprar os papéis até a data limite e receber a remuneração ou aguardar o dia 18 e adquiri-los por um valor menor, mas sem o direito aos JCP.
Já o pagamento dos dividendos está previsto para acontecer até o dia 22 de abril.
Os planos da TIM (TIMS3) para os próximos anos
Junto ao resultado do quarto trimestre, a TIM (TIMS3) também divulgou suas projeções (guidance) para os próximos três anos, além de revisar o plano estratégico.
A companhia projeta um crescimento de cerca de 5% para a receita de serviços em 2025, 2026 e 2027. Já para a expansão do Ebitda, a expectativa é de algo entre 6% e 8% de 2025 a 2027.
A TIM também prevê investimentos (capex) anuais entre R$ 4,4 bilhões e R$ 4,6 bilhões até 2027, além de uma desaceleração no ritmo do fluxo de caixa operacional, para algo entre 14% e 16% neste ano e de 11% a 14% no médio prazo.
Por sua vez, as remunerações aos acionistas devem ficar entre R$ 3,9 bilhões e R$ 4,1 bilhões em 2025 e somar entre R$ 13,5 bilhões e R$ 14 bilhões até 2027.
Segundo o BTG, o guidance de dividendos é o grande destaque e deixa espaço para surpresas positivas aos acionistas no futuro.
Na avaliação dos analistas, a TIM negocia a um múltiplo de 11 vezes a relação preço/lucro para 2025, um desconto em relação às telecomunicações integradas globais (12 vezes) e à Vivo (VIVT3), que negocia a 14 vezes o P/L
“Os dividendos consistentemente crescentes a cada ano devem oferecer um bom suporte para as ações. Talvez mais importante, espera-se que a empresa retorne aos acionistas R$ 6 bilhões em dividendos nos próximos 15 meses, o que equivale a 16% do valor de mercado da empresa”, avaliou o BTG.
O banco tem recomendação de compra para as ações TIMS3, com preço-alvo de R$ 22,00 para os próximos 12 meses, o que implica uma valorização potencial de 38,9% em relação ao último fechamento.
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Na noite passada, a telecom também decidiu atualizar o plano estratégico para os próximos três anos, com ajustes na estratégia para o atual cenário macroeconômico. Confira:
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Agora, a companhia prevê um “crescimento sustentável das receitas de serviços” e expansão do Ebitda com melhoria das margens.
Segundo a empresa, esse cenário, combinado a investimentos eficientes em novas tecnologias, impulsionará o fluxo de caixa operacional da TIM a expandir continuamente.
“Este último permitirá que a empresa evolua sua estratégia de remuneração aos acionistas e reinvista em áreas de crescimento como B2B e Ecossistema Digital”, escreveu a empresa.
Fim da parceria entre a TIM (TIMS3) e o C6 Bank
A TIM (TIMS3) ainda encerrou sua parceria com o C6 Bank, colocando fim às disputas sobre o assunto e encerrando quatro processos arbitrais em andamento.
Segundo fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), ao longo da parceria, a empresa de telecomunicações obteve o direito a uma participação minoritária no capital do banco, que resultou em uma receita bruta total de aproximadamente R$ 280 milhões.
Além disso, a operadora afirma que a combinação de serviços financeiros com telefonia móvel trouxe impactos positivos em outras áreas do negócio, como no aumento da fidelização de clientes, além do aumento da digitalização na compra de recargas e no pagamento de faturas.
Firmada em 2020, a parceria começou a enfrentar impasses já no ano seguinte, quando o C6 manifestou interesse em encerrá-la. A TIM, no entanto, se opôs à decisão e recorreu à arbitragem para tentar manter o acordo.
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Vale lembrar que a arbitragem é um modelo de resolução de conflitos semelhante a um processo judicial, porém, tende ser mais ágil e menos burocrática.
Com o fim da parceria da TIM e C6, o acordo prevê a transferência da totalidade das ações detidas pela telecom para o banco digital, bem como todos os bônus de subscrição em circulação, no valor de R$ 520 milhões.
A transferência das ações está sujeita à aprovação do órgão regulador Cayman Islands Monetary Authority (CIMA). Após essa aprovação, o acordo será concluído e a parceria oficialmente encerrada.
A TIM também informou que outros detalhes do acordo estão protegidos por cláusulas de confidencialidade.
“A TIM acredita na importância da estratégia de plataforma de clientes na geração de valor para a companhia, de forma que continuará construindo seu ecossistema de serviços digitais”, afirmou.
*Com informações do Money Times.
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