Paris, Gramado, Roma, Maldivas, Santorini. Quando o assunto são “destinos românticos”, é bem provável que pense em algum desses lugares.
Não é uma hipótese sem fundamento. A capital da França é constantemente chamada de “a cidade do amor”, as ilhas do Oceano Índico tornaram-se o hotspot das luas-de-mel, a cidade gaúcha está sempre no topo das listas de melhores viagens para casais no Brasil… e assim por diante.
Em suma, existe um motivo pelo qual todos esses locais estejam no imaginário coletivo como propícios para o romance.
Mas também dá para fugir do óbvio ao planejar uma viagem romântica, seja para o próximo Dia dos Namorados, para um aniversário de casamento ou mesmo para uma lua-de-mel.
Alguns destinos românticos foram palco de histórias épicas de amor que perduram há séculos, enquanto outros abrigaram escritores famosos pelo seu talento com romances. Muitos deles têm superstições associadas às histórias e até mesmo alguns “rituais” que os casais visitantes podem seguir para garantir o amor eterno.
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1) Verona, Itália
Entre os destinos românticos não tão óbvios, este é o mais célebre. Isso porque Verona é o cenário para a história de amor mais conhecida da Humanidade: a de Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
Nesse sentido, a Casa de Julieta é a atração inescapável da cidade. Por lá, a tradição é colocar as mãos nos seios da estátua da personagem para ter sorte no amor.
Embora não existam provas de que o casal realmente tenha existido, a “lenda” de que aquela era a casa da heroína romântica já se consolidou e, portanto, o ponto turístico está costumeiramente lotado.
Para ver a estátua, não é preciso pagar. Porém, para entrar na casa-museu, o ingresso custa 12 euros (R$ 76,50).
Outro local que alimenta esse mistério é a igreja San Francesco al Corso, onde supostamente o corpo de Julieta está enterrado. No entanto, a dica é controlar as expectativas: em comparação com outras igrejas italianas — ícones da arquitetura e da história mundial — esta é bem modesta e dispensa a visita, para quem não tem muito tempo em Verona.
Para fazer uma verdadeira imersão na história shakespeariana, a dica é reservar um tour guiado do Juliet Club, o clube que recebe correspondências de mulheres endereçadas à Julieta e ficou famoso pelo filme Cartas Para Julieta. Veja mais detalhes no site oficial.
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2) Agra, Índia
Embora se assemelhe a um palácio, o Taj-Mahal é, na verdade, um mausoléu construído nos anos 1600 para a esposa preferida do então imperador Shanh Johan.
Localizado na cidade indiana de Agra, a duas horas de trem da capital Nova Delhi, a construção demorou mais de 20 anos para ficar pronta e envolveu a mão-de-obra de milhares de trabalhadores, incluindo alguns de fora da Índia. No interior, existem materiais de alto valor vindos de diferentes partes do mundo, como mármore e pedras turquesa.
Se a opulência e o esplendor do monumento encantam os turistas até hoje, é porque o objetivo de Johan foi cumprido: ele queria uma construção que expressasse todo o seu amor pela falecida Muntaz Mahal.
O Taj-Mahal é considerado uma das sete maravilhas do mundo moderno e é também um dos patrimônios mundiais da UNESCO. O ingresso para entrar no palácio-mausoléu custa 1.100 rúpias indianas, aproximadamente R$ 71.

3) Teruel, Espanha
A Espanha também tem a própria versão de uma história de amor trágica a la Romeu e Julieta.
O enredo é o seguinte: o jovem pobre Juan Diego se apaixona pela influente Isabel de Segura, mas a diferença de classes sociais torna o casamento impossível.
Juan, então, pede cinco anos para fazer fortuna e voltar como um homem rico, digno da mão de Isabel. Acontece que, após cumprir a promessa e retornar à cidade, o jovem vê Isabel casada e tem seu último beijo negado pela amada, morrendo de desgosto aos pés dela. Arrependida e se sentindo culpada, a moça beija o corpo sem vida de Juan e também morre ao lado dele.
O palco para essa saga, que data do século 13, é Teruel, a três horas de Madrid.
Embora raramente esteja nos roteiros turísticos de quem vai até o país ibérico, a simpática cidade se assemelha a alguns dos destinos mais visitados pelos viajantes. A influência muçulmana dá à Teruel os mesmos ares de Granada, com sua arquitetura mudéjar, e os arredores montanhosos lembram os cenários de Ronda, também na Espanha.
- A arquitetura mudéjar é um estilo artístico muito específico da Península Ibérica, que mescla referências cristãs e muçulmanas. O termo vem de uma palavra árabe que significa “domesticado”, portanto, é uma referência aos muçulmanos que permanecem no território após a conquista dos cristãos.
O ponto turístico de maior destaque é o Mausoléu dos Amantes, onde estão representações dos corpos de Isabel e Juan, deitados sobre caixões, de mãos dadas. O ingresso custa 9 euros (R$ 57).

4) Praga, República Tcheca
O romantismo de Praga tem nome e sobrenome: o poeta Karel Hynek Mácha.
Apesar de ter morrido muito cedo, com apenas 25 anos, Mácha se consolidou como o nome mais expoente do romantismo tcheco e deixou como legado o poema “Máj” (maio, em português), que fala justamente sobre o amor trágico.
A tradição para os casais é ir até a Colina de Petřín, popularmente conhecida como “Colina dos Enamorados”, onde está a estátua do poeta. O misticismo por trás do monumento é que casais que se beijam perto dele terão amor eterno.
No mesmo parque, também está a escultura Polibek (beijo, em português). A melhor época para visitar é entre meados de março e meados de abril, época em que as cerejeiras florescendo deixam o cenário ainda mais bonito e romântico.

5) Coimbra, Portugal
Quem vê a histórica e pacata Coimbra pode não associá-la imediatamente a um destino romântico. Mas é lá que Dom Pedro I – o de Portugal, não do Brasil – foi do “céu ao inferno” por conta de seu amor por Inês de Castro, inspirando até mesmo o grande escritor português Luís de Camões, em Os Lusíadas.
O herdeiro do trono se apaixonou por Inês, a dama de companhia da esposa, o que foi extremamente mal visto pela corte portuguesa e pelo pai D. Afonso IV, causando até o exílio da amada.
Após a morte da esposa, D. Pedro mandou buscar a exilada de volta. Juntos, eles tiveram quatro filhos e viveram alguns anos juntos.
Acontece que, por conta de todo o mal estar na corte, D. Afonso mandou matar Inês. Isso desencadeou uma sede de vingança em D. Pedro, que fez uma caçada aos assassinos da amada quando assumiu o trono, ficando conhecido como “O Cruel”.
O amor do monarca era tanto que ele ordenou que fosse enterrado junto à Inês no Mosteiro de Alcobaça. O túmulo, uma escultura gótica, está exposto no local e lembra o caso dos Amantes de Teruel.
Uma curiosidade é que dessa história provém a expressão “agora, Inês é morta”, usada até hoje em Portugal e no Brasil.
A relação desse romance trágico com Coimbra se dá de duas formas: na Fonte dos Amores e na Fonte das Lágrimas. A primeira era onde os amantes se encontravam às escondidas. Já a segunda, segundo Camões, jorra a água que Inês chorou, ao ser esquartejada.
Ambas as fontes estão na Quinta das Lágrimas, administrada pela Fundação Inês de Castro. A entrada custa 3 euros (R$ 19). O palácio do local foi transformado em um hotel boutique de luxo, o Hotel Quinta das Lágrimas, com diárias em torno de R$ 1.500.
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6) Ilhéus, Bahia
Entre o Bar Vesúvio, o porto e o cabaré transformado em centro cultural Bataclan, o romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, fez com que Ilhéus fosse mais do que apenas uma cidade-cenário e se tornasse também uma personagem efervescente da história.
Hoje em dia, os casais que vão a Salvador podem fazer um bate-volta estratégico à cidade para vivenciarem um pouquinho dessa atmosfera tão bem retratada por Amado, além de aproveitarem as praias, como a Praia dos Milionários, a do Cururupe e a do Sul.
Para uma hospedagem mais reservada e luxuosa, a dica é ir para a vizinha Itacaré, a 73 km. Por lá, hotéis como o Barracuda Boutique (diárias em torno de R$ 1.060) e o Txai Resort (diárias em torno de R$ 2.800) oferecem experiências de ecoturismo e relaxamento, ideais para quem quer aproveitar o Dia dos Namorados para se desconectar.
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